Avós

-Ser avó, é ser mãe com açúcar!
Ouvi está frase no dia das mães.
Então estou autorizado a dizer: – Ser avô é ser pai com açúcar!
Ou seria pai com mel e cachaça?
É uma frase óbvia, mas nem por isso deixa de ser verdadeira.
Eu ainda não sou avô, mas lembrando dos meus avós, com quem muito convivi, só tenho boas lembranças.
Lembro muito bem do ano de 1969, dia 20 de julho quando o astronauta Neil Armstrong foi o primeiro a caminhar na superfície lunar, seguido por Buzz Aldrin.
Eventualmente eu dormia na casa de meus avós. Deitava num colchãozinho perto da cama deles. Eu tinha 11 anos e estava ligado no que acontecia no mundo de então. Devia ser pelo rádio que meu pai ouvia, onde eu captava às informações. Só pode ser. Não tínhamos televisão, muito menos jornal.
Era de ser ver a atenção dos meus avós com meu relato. Eles pediam: – Conta mais. Faziam perguntas óbvias e simples que eu respondia. As vezes perguntavam alguma coisa sobre a qual eu não tinha conhecimento. Eles me entendiam e vinham com outra questão.
Dormiam cedo, 9 horas da noite, eu ouvia o relógio de carrilhão na parede da sala bater 10 horas, 11 horas, 12 batidas às vezes. O sono não vinha. Ou seja, minha palestra ia longe. Eu entrava no mundo deles e eles entravam no meu mundo.
Que perfeita integração de gerações. Quantas histórias antigas meu avô me contava. De bois de campo “brabos” que ele laçava. Cavalhadas, derrubadas de matas, viagens, caçadas.
A minha vó falava da grande seca que houve. Água racionada. Somente para o consumo das pessoas. Caminhavam muitos quilômetros até um rio para dar de beber aos animais.
Falava de receitas, chás, benzeduras. Fazias cucas e sagus. Queijos. Biscoitos de mel e canela. Omeletes, pão de milho, pés de moleque.
Quantas doces lembranças. Quantas boas histórias.
Feliz de quem ouviu seus avós. Feliz quem contou histórias, evoluções, viagens à lua para seus avós!
Que grande felicidade brincar com os netos! E que felicidade dos netos brincar com seus avós!
Ainda espero contar histórias antigas para meus netos.
E espero ouvir relatos de viagens intergaláticas – quem sabe – fantásticas contadas por meus netos!


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