Uma enchente e tanto

A enchente desorganizou minha rotina. Acho que não só a minha, mas de muita gente.
Não fui diretamente afetado pela água. Moramos no alto. Tive perdas indiretas e diretas. Muita gente foi afetada.
Porto Alegre ficou transtornada. Um caos. Ainda está confusa. Ruas trancadas, viadutos, acessos à cidade, estação rodoviária, o trem, o aeroporto, o centro.
Era difícil imaginar ficarmos sem rodoviária, com um só acesso só cidade, a única alternativa pela RS 118, por Alvorada e Viamão. Ou a RS 040 vindo da praia. Agora imaginem uma cidade com aeroporto Salgado Filho alagado. Água sobre a pista e invadindo o terminal de embarque.
Parte da Zona Norte, bairro Sarandi, São João, Floresta, Anchieta, Navegantes, Farrapos, Humaitá, Centro, Cidade Baixa, Praia de Belas, Menino Deus, Ipanema, Guarujá, Serraria, Ponta Grossa, Belém Novo, Lami, alagados. Jamais imaginamos isso.
Diques rompidos, estações de bombeamento sem funcionar. Grande parte da cidade sem luz e sem água. Sem transporte público, sem internet. Comércio, indústria, escolas, órgãos públicos, serviços com suas dependências alagadas. A praça da Alfândega, o QG do Exército, a Caixa Federal da rua da Praia, o Shopping Praia de Belas. Os estádios e centros de treinamento do Internacional e do Grêmio. Inimaginável!
O Mercado Público até que era previsto, visto que há fotos de 1941, a maior enchente até então. Agora superada.
Mais uma porção de outros locais icônicos e conhecidos na nossa capital.
E algumas cidades da região metropolitana que foram parcialmente tomadas pelas águas, com maiores prejuízos em Eldorado do Sul, Canoas, e São Leopoldo.
Guaíba, Novo Hamburgo e Alvorada também atingidas e outras com menos intensidades.
Às cidades da Serra e dos Vales, muito atingidas, algumas praticamente destruídas. A Zona Sul na Lagoa dos Patos e Mirim. Muitos danos generalizados em 471 dos 497 municípios do estado. Muitos prejuízos na agricultura, pecuária, indústria, estradas, pontes, silos, portos. É uma conta gigantesca para recuperar o que será possível.
Com relação à organização pessoal, eu sinto a minha rotina “esculhambada”. Não sei por onde começar. O que fazer primeiro. A quem ajudar no momento. Tenho ajudado muitos com um pouco, espalhando PIX, doando comida, leite, roupas e calçados. Para onde se olha, ou se anda tem coisas para fazer, gente para ajudar.
O Rio Grande do Sul vai levar tempo para se reerguer. Espero que com ajuda de todos, o Brasil inteiro e até outros países o estado se reorganize minimamente.
Foi um estrago e tanto!

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