Obrigado, rei Sol

Hoje venho em agradecimento Meu Rei. Aceitaste meu convite e vieste para o almoço. Foi maravilhoso! Chegaste tímido, devagar e tomaste conta da cidade. O almoço atrasou um pouco, mas valeu a pena esperar. Aliás, foi a segunda vez na vida que tirei algum proveito material de um texto que escrevi. Um vizinho se comoveu e me cedeu um maço de cebolinhas verdes. Noutra feita ganhei uma pitaya saborosa.
A melhor parte nem foi o almoço em si, foi a lagarteada! Mas que lagarteada macanuda! Com bergamota montenegrina e tudo. Foi massa! Melhor que picanha mal passada. Mas Bah!
Muito obrigado pela visita. Aliás podes voltar sempre que quiseres e puderes. Eu sei, claro, nesta estação do ano estás longe, acima da linha do equador, ainda se afastando de nós. O solstício de inverno, no hemisfério sul, acontece na quinta-feira, 20 de junho de 2024 às 17:50. A partir desse dia começas a voltar mais para perto aqui das latitudes austrais.
Quero apenas lembrá-lo, com todo jeito e atenção que mereces, por favor, não perca a mão, não exagere no verão. Nós todos sabemos muito bem que as estações do ano definem isso, frio, calor, mais chuva, mais vento, ou menos, mas o povo quer e precisa de moderação. Essa é a palavra certa nesse momento: moderação!
Eu sei que talvez esteja chateado porque a Terra é bem diferente dos outros planetas do Sistema Solar. Estamos inclinados em relação ao eixo, só para aparecer. Mas nós não temos culpa disso. Levamos um bangornaço fenomenal de algum corpo celeste no passado remoto. que inclinou a terra criando as 4 estações do ano. Nem existíamos ainda. Esse “desastre” modificou todo sistema de vida terráqueo e propiciou inclusive a nossa existência.
Rei Sol, comandas todo um Sistema Planetário, chamado Solar, em sua homenagem. És a estrela da companhia. A única! Isso não é pouca coisa. Não deverias te chatear com coisas banais e recentes, afinal, tens 4,603 bilhões de anos. E pelos nossos cálculos, nós somos ousados, ainda tens pela frente aproximadamente 6,5 bilhões de anos de tranquilidade. Ou seja: Não estás nem na metade da sua vida luminosa e ardente!
Poderias também falar com São Pedro, dar um puxãozinho de orelha nele, afinal ele é um guri comparado contigo. O Pedrinho muitas vezes esquece a torneira aberta e noutras vezes nem lembra de abrir. Quem sabe ele precisa de um ajudante a controlar a chuva. Eu não quero!
Finalizando venho agradecer a sua calorosa companhia. Hoje vieste mais cedo e com mais luminosidade. Estamos gostando de ti uma barbaridade aqui no Rio Grande do Sul. A gauchada está mais faceira que ganso novo em taipa de açude.
Tchê! Um baita quebra costela e um saludo!

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