Vale do Forqueta

“Um lugar! Final de tarde de hoje no interior de Travesseiro, uma visão para o outro lado do Rio Forqueta. As belezas do Vale do Taquari retornam aos poucos!”
Essa é a fotografia publicada por Alício de Assunção no facebook, jornalista do Grupo Independente, de Lajeado, que pode ser contatado pelo endereço eletrônico: #rdindependente#umlugar#somosdovale #passeiosnacolonia#amturvales.
A imagem é bela demais! Como não admira-lá, como não escrever algo. O ângulo de enquadramento é perfeito. O foco, a escolha, as cores, e, principalmente à mensagem que passa.
Avalio que foi obtida a partir da margem direita do Rio Forqueta, a aldeia retratada fica na margem esquerda. A bananeira que aparece em primeiro plano, da qual destacam-se algumas folhas com sinais do nosso outono, amareladas e com alguma ferrugem típica da estação. E, em primeiríssimo plano, tremula uma folha verde-viva. Como uma bandeira, uma flâmula a indicar: estamos vivos!
Vejam que a condição indica que ainda não houve geadas no vale do Taquari e mais, houve sim muita ventania. Como concluo? Pelo verde e o esfarrapado da folha. É um verdadeiro símbolo da República Farroupilha resistindo às intempéries.
Mais ao fundo, na outra margem, uma igrejinha iluminada na paisagem. Azul clara nas paredes, com nuances mais escuros na torre onde o “gallo”, (assisti o filme colombiano “Ninguém escreve a o Coronel” e ainda estou influenciado pelo galo de rinha), que indica os pontos cardeais, em forma de cruz, garboso “empoleirado” no vértice superior. Consigo ver o rumo Norte que o galo indica.
As janelas na cor de zarcão de ferro. O telhado tradicional de telhas francesas envelhecidas pelo tempo e o clima. É uma igreja tradicional cuja nave tem três janelas grandes de cada lado, um avarandado nos fundos onde o Pastor, provavelmente evangélico, veste a túnica e usa como coxia. Na parte frontal a torre que se eleva majestosa, que na cúpula deve ter um sino para despertar a aldeia, bem como chamar os fiéis para cultos, comunhões, quermesses e ações de graça.
A pequena aldeia na planície do Forqueta, certamente foi afetada pela última enchente. Nota-se isso pelo lixo acumulado em alguns pontos, principalmente atrás da igreja. Há uma casa colonial de paredes verde clara, com telhado novo o que concluo pela cor de telha viva, um terracota suave e bonito. Vejo também alguns sinais de erosão e lama. A enchente é muito recente. O estrago grande.
Ao fundo estende-se uma campina, talvez plantações rasas. Depois inicia a encosta suave com vegetação, pequenos bosques, algumas clareiras gramadas, residências e galpões aqui e ali.
Um pouco mais atrás um renque que identifico como sendo de eucaliptos, onde percebo uma brisa soprando que inclina as copas das árvores num sentido geral.
Atrás desses eucaliptos, uma vegetação escura de mata nativa na encosta que se eleva abruptamente, formando um contraforte, parte da Serra Geral tão conhecida na região dos vales e em outras partes do estado.
Fiz um texto olhando e admirando à fotografia, na forma tradicional descritiva. Espero com isso, ter sido verdadeiro, um pouco mais profundo e ter conseguido passar meu sentimento de autêntico colono gaúcho.

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