Hospitalidade gaúcha

Instado por alguns amigos para escrever sobre a hospitalidade do povo gaúcho, aqui me exponho. Ou como diria Noel Guarani, inspirado em Martim Fierro: “Aqui me pongo a cantar.”
Deixo claro desde já, que talvez minha opinião, não feche 100% com os amigos, eles viveram mais tempo fora do estado do que eu. Andaram pelo norte, nordeste, sudeste, e, conhecem o Brasil quase todo.
Em primeiro lugar devemos nos ater, de que há 3 tipos predominantes de gaúchos: O da fronteira que veste bota e bombacha, fala tchê, anda a cavalo e cria gado; o gaúcho da colônia, de origem alemã, italiana e outros, que planta soja, emigrarou para o centro-oeste e outras regiões, fala com sotaque de “gringo”; e o gaúcho urbano da metrópole e outras cidades grandes ou médias do estado.
Cada região, cada tipo de gaúcho, tem a sua cultura, seus costumes. Muda o linguajar, muda a forma de encarar pessoas estranhas. São hábitos diferentes. O chimarrão, talvez, seja realmente o costume comum a todos. Mesmo assim o tipo de erva mate é ligeiramente diferente. Pura folha, mais forte, com chás, defumada, etc.
Relatavam meus amigos, a forma como os transeuntes respondem a uma saudação, ou não respondem. Enquanto, segundo meus interlocutores, em outras regiões o povo é mais simpático, mais “dado”, a bate-papos e interações, o gaúcho é mais fechado.
Quero lembrar também, que muitas vezes a saudação de alguém, pode parecer uma forma de se colocar numa situação superior. Há pessoas humildes que ficam constrangidas e inibidas ao serem encaradas, muitas vezes, até com um simples bom dia. Além do mais, não se é obrigado responder a uma saudação. É uma opção. Um ato de liberdade, uma decisão pessoal, de educação, mas, inerente a cada local e a cada situação.
Não necessariamente o gaúcho é menos hospitaleiro que o povo nordestino. Pode ser uma “casca” a ser rompida, ou uma forma “tosca” de responder devido a forma da própria linguagem. Além do mais, os habitantes urbanos, de cidades cosmopolitas, parecem sempre apressados e nunca tem tempo de cumprimentar alguém na rua. Nem é possível muitas vezes, é muita gente.
Portanto, parece que sim, o gaúcho é mais fechado num primeiro contato. O povo do Norte e o Nordeste brasileiro é mais receptivo. Tudo a princípio.
Que prevaleça a cordialidade brasileira, a boa educação e o respeito entre todos.
Capão da Canoa, 27 de dezembro de 2024

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